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Comprou um studio e está em dúvida se foi um bom negócio? Especialista diz se é hora de vender

Em épocas de crise, se o investidor não tiver necessidade de reaver o capital, a melhor alternativa pode ser segurar o imóvel/ Crédito: Getty Images
Márcia De Chiara, O Estado de S. Paulo
03-11-2022 - Tempo de leitura: 1 minuto

Quem já comprou um studio e agora está preocupado com a grande oferta de apartamentos compactos que deve entrar no mercado nos próximos meses na cidade de São Paulo deve ter sangue frio e evitar se desfazer do imóvel neste momento.

A recomendação é de Maykon Henrique de Oliveira, planejador financeiro certificado pela Planejar e professor da escola Eu me Banco, voltada para a formação de profissionais do mercado financeiro.

Para conseguir vender o imóvel neste momento seria necessário dar um bom desconto. “Vender agora seria um péssimo negócio devido às oscilações do mercado, principalmente à baixa liquidez”, afirma.

Certamente o desconto oferecido para viabilizar a venda pode abocanhar parte da rentabilidade já auferida pelo comprador ou até mesmo uma fatia do capital investido na compra.

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A saída, segundo o especialista, é apertar o cinto para atravessar esse momento de turbulência, buscando uma locação anual ou temporária. Com isso, será possível cobrir despesas básicas do studio, como condomínio e impostos. E, de quebra, obter alguma rentabilidade, mesmo que seja bem inferior à oferecida no mercado financeiro com a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 13,75% ao ano e sem qualquer risco.

No auge da pandemia, quando a Selic recuou para a mínima histórica de 2%, muitos investidores apostaram no mercado de locação e compraram imóveis compactos. No entanto, com a disparada da inflação, o Banco Central subiu abruptamente os juros para frear a alta de preços. O resultado é que hoje a rentabilidade das aplicações financeiras em renda fixa é mais atraente do que a obtida na locação.

No entanto, Oliveira observa que é consenso no mercado financeiro que a Selic comece a cair a partir de meados do ano que vem. Com isso, o investimento em imóveis tendo como alvo a receita de locação voltará a ser atrativo.

Em épocas de crise, se o investidor não tiver necessidade de reaver o capital, o consultor destaca que a melhor alternativa é segurar o imóvel, rentabilizá-lo por meio de aluguéis e esperar o mercado voltar aquecer. “A taxa de juros é transitória e vai voltar a cair, não a 2%, mas deve se estabilizar entre 6% e 8% ao ano.”

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Este texto foi publicado em:
https://www.estadao.com.br/economia/imoveis-estudios-juros-selic/