Existem questões que parecem não combinar muito com o isolamento social e com as medidas para prevenir o avanço do novo coronavírus, como a rotina que obriga os tutores de cachorros a saírem de casa, mas que causa preocupação com a higiene do pet no retorno ao apartamento.
A indicação é reduzir o máximo possível as saidinhas que, inclusive, não são recomendadas para animais de pequeno porte. Mas caso os passeios não possam ser interrompidos, devido principalmente a dificuldades de adaptação do bichano, existem alguns cuidados que devem ser tomados.
“Os passeios devem ser reduzidos. Quando realizados, evitar locais muito movimentados e respeitar o distanciamento social de pelo menos seis metros entre outros cães e pessoas. Não permita que outros indivíduos entrem em contato com seu animal de estimação”, explica Anna Luíza Gannam, médica veterinária do Petshop Santa Maria.
As precauções ao retornar para casa devem ser redobradas, já que, além da higienização pessoal, o cão necessita de atenção para evitar a contaminação do ambiente. “Tutores devem sempre utilizar máscara durante o passeio. Ao retornar, adotar as medidas indicadas de higienização, como lavar as mãos, retirar os calçados e trocar de roupa. Já o bicho, antes de entrar em casa deve ter as patas limpas com água e shampoo ou sabonete. Alguns lenços umedecidos específicos também podem ser utilizados para essa higienização”, esclarece a veterinária.
Publicidade
No caso da faxina dos ambientes, algumas medidas de prevenção devem ser tomadas, uma vez que muitos cachorros são sensíveis e até mesmo alérgicos a produtos de higienização, como a água sanitária, que é recomendada para combater o coronavírus.
“A higiene da casa pode ser realizada com desinfetantes. Além de limpar o ambiente, eles auxiliam a neutralizar odores. São facilmente encontrados em petshops e devem ser utilizados diariamente. Água sanitária e outros produtos de limpeza também são indicados para a higiene do local. Mas, sempre com o devido cuidado para evitar irritações e até intoxicação dos bichanos”, afirma a especialista.
Segundo a veterinária, com a falsa percepção de facilitar e agilizar o processo de cuidado do pequeno peludo, alguns tutores acabam caindo em propagandas e recomendações enganosas sobre apetrechos de proteção para as patinhas dos animais. “Existem no mercado sapatinhos e meias antiderrapantes específicas para pets, que auxiliam na proteção durante os passeios. Mas esses itens não substituem uma higienização adequada no retorno ao lar”, alertou Anna Luíza Gannam.
É importante lembrar que não existem estudos conclusivos sobre a contaminação dos pets pelo novo coronavírus, principalmente no que diz respeito às complicações à saúde dos animais.
Publicidade
Ainda assim, os cachorros são vetores de transmissão do vírus, tendo em vista que eles podem transportar os agentes de contaminação para o ambiente e para os seus tutores, por meio das patas, pelos, focinho e qualquer parte que tenha contato direto com um ambiente ou pessoa contaminada.