Investir em Imóveis

Startup “digitaliza” realidade das obras para acelerar processos construtivos

Com inteligência artificial e o uso de scanners lasers, companhia se propõe a substituir a trena/ Crédito: Getty Images
Breno Damascena
15-04-2023 - Tempo de leitura: 2 minutos

“Toda reforma traz dor de cabeça”, afirma Pedro Pellegrino, fundador e CEO da Flug. Foi dessa crença que surgiu a ideia de um negócio que se propõe a diminuir os imprevistos da construção civil. Ao invés da trena e da fita métrica, a startup utiliza scanners de alta precisão para acelerar e trazer mais eficiência aos projetos de grande porte. Agora, a construtech quer atender, também, o público residencial. 

Fundada em meados de 2019, a Flug se apresenta como uma companhia que “digitaliza a realidade”. Para isso, utilizam scanners a laser que realizam com maior acurácia atividades necessárias para a realização de obras e reformas em empreendimentos. “Demoraria muito usar uma trena para tirar todas as medidas de um edifício grande ou de um hospital”, exemplifica Pellegrino.

Com esses equipamentos, comprados por cerca de 500 mil reais, a empresa cria uma representação digital com as características físicas e funcionais das construções. Na prática, a startup cria um modelo 3D mais fidedigno aos projetos do que uma planta baixa das construções. A técnica faz parte de uma metodologia conhecida como BIM (Building Information Modeling). 

Em 2019, um levantamento da a Fortune Business Insight avaliou o mercado global da BIM em US$ 5,20 bi. E a previsão que chegue a US$ 11,96 bi até 2027. Não à toa, a Flug já desenvolveu mais de 200 projetos em 13 estados brasileiros. Entre eles, o Hotel Nacional de Brasília, o Teatro Nacional e a reforma do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que sofreu um incêndio em meados de 2018 e teve 85% do acervo destruído.

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Foco em residências

Atualmente, por utilizar equipamentos de alto custo, a empresa desenvolve projetos apenas para grandes clientes. A próxima meta da Flug é levar a metodologia para casas e apartamentos com o objetivo de acelerar reformas residenciais. O caminho para alcançar essa meta passa pelo desenvolvimento de um aplicativo de celular. 

“O scanner a laser já reduz em 80% os custos de uma obra. Com essa nova tecnologia, a economia deve ser ainda mais significativa”, promete o CEO da Flug. “O celular atende essas áreas pequenas e inacessíveis para os scanners – além de imóveis residenciais. Queremos fazer com que essa tecnologia chegue ao arquiteto de pequeno porte que não pode arcar com o aluguel de um equipamento tão caro”.

A previsão da empresa é de que, de três meses a seis meses, o aplicativo seja disponibilizado para aparelhos da Apple que já contam com a tecnologia de laser. Essa é uma das frentes que a construtech vem atuando para se consolidar no mercado após receber aporte de R$ 1,7 milhão por meio de uma plataforma de funding para novos investidores chamada BridgeHub.

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