Na última semana de setembro, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) registrou uma queda de 0,73%. De acordo com relatório da EQI Research, todos os segmentos em relação à semana anterior, com destaque negativo para o setor de lajes corporativas.
O Ifix é uma carteira criada pela B3 com os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) mais negociados do mercado para representar o segmento e acompanhar tendências. Na prática, é uma carteira teórica que ajuda os analistas a acompanharem a variação de preços, distribuição de rendimentos e retorno médio dos FIIs.
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Segundo a EQI Research, o movimento de queda do Ifix é justificado pelo risco inflacionário, apesar do IPCA-15 em setembro ter vindo a 0,13%, abaixo das expectativas iniciais. “Em setembro, o Ifix registrou um dos piores meses dos últimos dois anos em termos de desempenho. A motivação principal é a elevação dos juros futuros, que aumenta o retorno exigido pelos ativos de risco, como os FIIs”, explica Carolina Borges, head e especialista em FIIs da EQI Research.
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Ela detalha que o investidor exige um retorno de proventos superior aos títulos públicos para tomar risco. Esse retorno é a relação entre os dividendos e o preço de mercado. “Como os dividendos são compostos pela renda dos aluguéis (e estes estão relativamente constantes), o preço de mercado cai, elevando o DY”, complementa Borges.
Maiores altas e baixas do Ifix no período de 02/01 a 27/09/2024:
FII | Valor |
SNEL11 | 22,31% |
MFII11 | 18,80% |
CACR11 | 17,95% |
RZAT11 | 15,41% |
KNUQ11 | 13,74% |
HCTR11 | -16,84% |
BROF11 | -17,87% |
RECT11 | -26,03% |
VINO11 | -27,32% |
BTRA11 | -30,41% |
O movimento foi observado em Fundos Imobiliários que sofreram tombos de até 30% e terminaram o mês em baixa. Em contrapartida, FIIs de papel indexados ao IPCA conseguiram passar pela semana sem lidar com grandes solavancos.
“Não trabalhamos com expectativas de curto prazo para FIIs, mas entendemos que os FIIs de papel estão em momento mais interessante para o investidor que está buscando renda mensal com menor volatilidade”, analisa Borges.
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Segundo o relatório, a maior queda (-30,41%) em setembro foi do BTRA11, fundo administrado pela BTG Pactual e focado em terras agrícolas.
No outro extremo da lista, o SNEL11, fundo administrado pela Singulare, com foco em projetos de energia, registrou uma valorização de 22,31%. “O preço de mercado é reflexo de um cenário macroeconômico desfavorável. Por outro lado, se estendermos o horizonte das teses, podemos estar diante de um bom momento de aquisição, a preços mais baixos”, observa a analista.
“Entendemos que a alocação é para um perfil mais arrojado de investimento e terá um custo no curto prazo, mas também oferece uma margem interessante”, complementa. A recomendação da corretora é que os investidores mantenham a cautela diante da saúde financeira dos inquilinos e a expectativa de crescimento de receita.