Se há dez anos, bastava ter dinheiro para investir em uma startup promissora, atualmente o cenário já não é mais o mesmo. “Hoje, é necessário oferecer algo a mais, ter um diferencial”, afirma Bruno Loreto, fundador da Terracotta Ventures, uma empresa de investimento focada em construtechs e proptechs. Essa especialização no setor é justamente um dos diferenciais que a empresa apresenta ao mercado.
Fundada em 2019, a Terracotta Ventures tem apenas um fundo até agora. O Terracotta Warriors I, lançado em 2021, conta com 14 investimentos efetivados e planeja investir até R$ 100 milhões em negócios que estão no estágio inicial até 2024. Entre as companhias já aportadas estão Yuca, CondoConda e InstaCasa, mas Loreto salienta que a empresa possui outras 50 startups em monitoramento.
O interesse da Terracotta Ventures pela área é facilmente explicado quando se observa o cenário internacional. De acordo com um relatório publicado pelo KBV Research, a expectativa é de que o mercado global de proptechs seja avaliado em US$ 64,3 bilhões até 2028. Em 2021, quando o estudo foi publicado, o mercado estava avaliado em US$ 24 bilhões. E o Brasil é um dos pilares desse movimento.
Segundo o estudo Latin America: Future of Proptech, o País recebeu 70% dos valores investidos em proptechs na América Latina em 2022. Porém, além dos números, basta ver o avanço de negócios como o QuintoAndar e a Loft, startups do setor que já se firmaram como unicórnios brasileiros. É esse potencial mercadológico que a Terracotta Ventures está tentando explorar.
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Para decidir quais empresas estão aptas a receberem investimento, a Terracotta Ventures elaborou uma tese que consiste em selecionar empreendimentos que desenvolvem soluções voltadas para a redução de custos, otimização comercial e de vendas, além de inovações financeiras e práticas de ESG. “A partir dessa base, buscamos negócios com um time que se destaca, em um bom estágio de maturidade e com uma estratégia consolidada.”
Além disso, outro ponto fundamental é que a startup use tecnologia em seus processos. Apesar de ser algo esperado em empresas de inovação, Loreto diz que é simbólico quando se trata de empresas do setor imobiliário. “A construção é um dos mercados mais conservadores do mundo. Inovação é risco e não são todos os diretores que estão dispostos a correr.”
Porém, ele contrapõe afirmando que a chegada de uma nova geração no comando desses negócios vem impulsionando a demanda por tecnologia no mundo inteiro. “A possibilidade de diminuir os custos e entregar resultados melhores vem mudando esse panorama. E eu não preciso que o mercado mude 100%, preciso apenas que um grupo de inovadores acreditem na importância da mudança.”
Bruno Loreto e o seu sócio, Marcus Anselmo, trabalhavam em uma empresa de tecnologia quando começaram a se aprofundar no mercado imobiliário. Ele tinha recebido a tarefa de liderar uma operação de investimentos em startups deste setor. Neste período, entendeu o cenário que estava desenhado e decidiu empreender com o propósito de potencializá-lo.
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“Somos a primeira empresa de venture capital focada em construção e mercado imobiliário da América Latina”, afirma Loreto. Essa especialização é reforçada pela parceria com um grupo de players relevantes que investem no fundo, como Cyrela, Gerdau e a Vedacit. “Quando buscamos conselhos para realizar um movimento significativo, contamos com o apoio de quem já se firmou”, finaliza.