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Urbanistas enxergam projetos de retrofit no centro de São Paulo como chave para a região

José Armênio de Brito Cruz, Mauro Teixeira, Vivian Barbour e Marcelo Falcão debateram tema no painel que fechou a Convenção Secovi-SP 2023/ Crédito: Arquivo Secovi-SP
Breno Damascena
23-08-2023 - Tempo de leitura: 2 minutos

O painel de encerramento da Convenção Secovi-SP 2023 teve como tema uma iniciativa que tem cada vez mais atraído olhares: os projetos de retrofit no centro de São Paulo. Para os especialistas presentes no evento, as propostas desenvolvidas pelo poder público e por empresas têm criado condições positivas para uma das regiões mais importantes para a história da cidade. 

“Recuperar o patrimônio é recuperar um trabalho que foi feito. É a recuperação da hipótese de uma cidade compacta e da otimização da mobilidade. Por isso, o retrofit não significa adorar o passado, é olhar para o futuro”, afirmou José Armênio de Brito Cruz, secretário adjunto da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, durante debate com urbanistas e incorporadores. 

De acordo com Cruz, a região central é um dos pilares de modernização da cidade. “O centro é uma área de grande infraestrutura e trazer mais pessoas para morarem nessa região é mais inteligente do que o contrário. É um reaproveitamento de estruturas já construídas, potencializando a sustentabilidade e incentivando o convívio social.”

 Entre as medidas da Prefeitura de São Paulo para atingir esse objetivo, ele destaca a proposta de habitação do Projeto de Intervenção Urbana (PIU Central) e o programa Requalifica Centro. Aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo em agosto de 2022, o PIU do Setor Central busca promover o adensamento habitacional e populacional na região. Dentro do projeto, o Programa Requalifica Centro estabelece incentivos fiscais e edilícios para estimular a requalificação (retrofit) de prédios antigos localizados nessa área.

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“Com esse movimento, queremos trazer no mínimo 240 mil pessoas para o centro”, diz o secretário. Mauro Teixeira, sócio-diretor da TPA Empreendimentos, uma das empresas que usufrui destes incentivos, valida a expectativa. “Já estou há muito tempo atuando na região e sinto que agora vai.” 

No entanto, mesmo com a perspectiva positiva, Teixeira salienta que a legislação e o novo Plano Diretor podem retardar o progresso. “Se a gente quer melhorar o centro, temos que baratear e simplificar os trâmites para construção e retrofit. Não entendo porque cobrar outorga, por exemplo”, afirma. “Também sinto falta de ruas compartilhadas ao invés de grandes calçadões”, acrescenta. 

Para a urbanista da incorporadora Somauma, Vivian Barbour, é necessário estimular uma mudança de mentalidade em relação ao futuro da cidade. “Só a subprefeitura da Sé tem 600 m² declarados como ociosos. O que estamos fazendo com estes imóveis? Por que as pessoas não utilizam?”, questiona. 

Ao analisar a fase atual do retrofit, Vivian classifica o momento como histórico. “Prova disso é que a Caixa está debatendo o tema atualmente”, diz, se referindo a discussões do governo para incluir incentivos a programas de retrofit no Minha Casa Minha Vida.

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