Desde o início da pandemia e da adoção do trabalho remoto, as pessoas estão passando mais tempo dentro de casa e, com isso, buscando cada vez mais por conforto, acolhimento e versatilidade para seus lares. A flexibilização questões positivas, como evitar o deslocamento pela cidade, economia e ganho de tempo para estar com a família. Por outro lado, os imóveis ficam sobrecarregados pelas múltiplas funções simultâneas: escritório, escola, refeições, lazer, descanso.
Para Catarina Cecchini, líder de desenvolvimento de produtos domésticos da Yuca – proptech que oferece soluções descomplicadas de moradia – a decoração e a arquitetura terão papel fundamental para garantir a produtividade e o descanso nos ambientes. A profissional reuniu cinco dias preciosas para quem quer estar por dentro das tendências de decoração e arquitetura para 2022.
Diante da necessidade de atender a diferentes funções, as pessoas começaram a investir mais na própria casa e passaram a se preocupar em fazer escolhas mais inteligentes para aproveitar seus espaços. Móveis modulares, itens garimpados ou usados despontam pela sua qualidade e flexibilidade. Assim, apostar em elementos multifuncionais como sofás retráteis, mesas com prateleiras e móveis dobráveis facilita que o mesmo item se encaixe em diferentes tipos de ambientes. Um exemplo são as bancadas de madeira, que podem ser utilizadas no escritório ou como mesa de jantar.
Ao contrário da tendência do “conceito aberto”, que vinha crescendo nos últimos anos, em 2022 a busca por imóveis com cômodos separados e privativos será maior. “Agora que o home office ganhou força e é provável que seja incorporado por muitas empresas, acreditamos que será ainda muito forte a tendência de procurar soluções de arquitetura e mobiliário que nos auxiliem nessa transição entre morar, relaxar e trabalhar. Não somente por conta da privacidade e do isolamento acústico, mas também por conta da necessidade de desligamento de uma função para outra”, conta Catarina.
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Por isso, o uso de divisórias flexíveis para separar os espaços é uma tendência marcante para o próximo ano, já que é uma forma mais versátil de ajudar as pessoas a se desconectar do trabalho e a transitar de um ambiente para outro. Por não se tratar de instalações definitivas, essas estruturas móveis ainda permitem que o morador mude a disposição de acordo com a necessidade.
Depois de quase dois anos dentro de casa, as pessoas passaram a valorizar mais os espaços externos e as varandas, já que para muitos essa era a única forma de ter contato com a natureza. As plantas surgem como uma alternativa para trazer a natureza para dentro de casa. Para ajudar nessa busca por conexão dos lares com o meio-ambiente, os itens que estarão em alta em 2022 são: materiais e cores naturais – como madeira, tecidos e fibras naturais, cores como bege, areia e tons terrosos –, texturas e formas orgânicas. “A combinação das plantas com os materiais naturais representa esse contato com a natureza e nos ajuda a recarregar as energias”, explica Catarina.
Outra tendência para 2022 é trazer cada vez mais a personalidade para dentro de casa. As pessoas estão em busca de ambientes mais acolhedores, vivos e que passem, de fato, uma mensagem. Misturar diferentes estilos de decoração, incluir as cores favoritas nos detalhes de casa, estampas e formas variadas são maneiras de imprimir o estilo do morador ao ambiente.
Apesar dessa mistura, o minimalismo – tendência de decoração que vem se consolidando nos últimos anos e traz o conceito de poucos itens decorativos nos imóveis e no uso de peças objetivas e necessárias – ainda deve permear os projetos no ano que vem. Por isso, vale a pena brincar com os elementos, sem exagerar nas variações.
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Mais do que amplitude, a maior tendência é a flexibilidade. Os espaços precisam ser adaptáveis para diferentes usos (trabalhar, estudar, relaxar, comer, dormir, etc.), visto que mesmo com o arrefecimento da pandemia e um aumento da circulação social, o trabalho híbrido ainda estará bastante presente em 2022.
“Outra demanda que percebemos na nossa pesquisa de novos produtos é por imóveis individuais de 1 ou 2 dormitórios, em condomínios com áreas comuns”, destaca a profissional. Ou seja: além de ter espaços para as diferentes atividades dentro de casa, as pessoas querem contar com a praticidade das áreas compartilhadas do condomínio, diversificando a gama de ambientes para usufruir do local em que vivem.