Na perspectiva de Luiz Antonio França, CEO da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliária (Abrainc), a iniciativa apresenta potencial positivo. “O programa é muito relevante para o setor, que está carente e deve oferecer mais recursos para as pessoas que precisam”, defende. “Ver revoluções acontecendo nos programas de habitação social é um divisor de águas.”
Ele enxerga que a atividade é capaz de auxiliar não apenas as pessoas que são beneficiadas diretamente com os programas de habitação do governo Lula, mas toda a cadeia de trabalhadores e o sistema envolvido. “O segmento da construção civil é importante para a geração de empregos e de impostos. Nos próximos anos temos um déficit para cobrir e aumentar o volume de obras vai ajudar”, acrescenta.
Próximos passos
O presidente da Abrainc conta que, ainda antes das eleições, a instituição encaminhou uma lista de propostas relacionadas à habitação para Lula e os outros candidatos presidenciais e que agora se prepara para acompanhar de perto as ações do governo. “Assim que os executivos das pastas forem nomeados vamos trazer um pouco das ideias que apresentamos para o plano de governo”, antecipa.
A jornada para que as transformações estruturais comece a acontecer no País, entretanto, passa por um planejamento de longo prazo. É isso que defende Igliori. “Você demora três anos para construir um prédio, alguns anos para conseguir o dinheiro da entrada e 20 anos para pagar. Depois, aquele edifício fica lá por muitas décadas. A dinâmica não pode ser apressada”, ilustra o professor.
“Quando entra um novo governo, as pessoas são tomadas de esperança, mas não é assim que o setor funciona. Um crescimento sólido depende de uma caminhada com reformas macro e microeconômicas a longo prazo”, pontua. A solução que ele apresenta passa por conversar com os players do setor e utilizar o conhecimento que o mercado imobiliário brasileiro vem construindo nos últimos anos.