Os indicadores baseados em dados das 18 empresas filiadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) alcançaram, no primeiro semestre de 2021, seu melhor desempenho em toda a série, iniciada em 2014. A recuperação na comparação com 2020 era esperada, por causa da base de comparação muito baixa (o período em que a pandemia afetou mais fortemente a economia brasileira e a vida das famílias), mas está sendo excepcional.
Nos primeiros seis meses deste ano foram lançadas 61.199 unidades, com aumento de 61,7% em relação aos lançamentos do primeiro semestre do ano passado. As vendas alcançaram 74.438 unidades, 25,9% mais do que em igual período de 2020.
“O crescimento do segmento de médio e alto padrão, aliado à manutenção dos números positivos do programa Casa Verde Amarela, foi fundamental nessa escalada do setor”, diz o presidente da Abrainc, Luiz França.
Há números impressionantes. O segmento de médio e alto padrão registrou crescimento de 978,5% em lançamentos no segundo trimestre de 2021 na comparação com os dados do ano passado, quando a pandemia estava em sua fase mais aguda e os estandes de venda tiveram de ser fechados. No acumulado de 12 meses, o aumento foi de 113,7%.
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Os empreendimentos do programa Casa Verde Amarela, que respondem por três quartos dos imóveis lançados, tiveram aumento de 21,1% nos lançamentos e de 34,7% nas vendas nos 12 meses até junho.
O crescimento contínuo da incorporação imobiliária, completa França, mostra a atratividade do mercado imobiliário tanto para compradores como para investidores. As boas condições do crédito imobiliário, com oferta adequada de financiamentos e taxas de juros relativamente baixas, são também fatores relevantes para o desempenho do setor.
Outro indicador do mercado, o Radar Abrainc-Fipe, no entanto, mostra um quadro com sinais de incertezas e impasses. No segundo trimestre, a nota média do Radar foi 4,9, numa escala de zero a 10. As condições do crédito imobiliário continuam boas, manteve-se a confiança dos agentes e houve ligeira queda do desemprego. Mas o quadro econômico e político gera incertezas. A atividade econômica se desacelera, os juros sobem, os custos estão aumentando e a demanda pode ser afetada.
Conteúdo originalmente publicado em:
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/editorial-economico,cresce-a-demanda-de-credito-das-familias,70003857248
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