A crise do novo coronavírus derrubou os lançamentos. No primeiro semestre, a chegada de imóveis ao mercado de São Paulo caiu mais de 50%, para 9,6 mil unidades, em relação ao mesmo período de 2019. No caso das vendas, a redução foi de 14%, para 16,9 mil apartamentos, segundo pesquisa do Sindicato da Habitação (Secovi-SP).
O presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet, vê um ponto positivo, dando ênfase ao fato de que as vendas ficaram “só 14% abaixo”. “Foi um baita resultado”, diz, comparando com quedas maiores de outros segmentos da economia. “Vendemos 86% do que fizemos no ano passado”, acrescenta.
Jafet acredita que, neste segundo semestre, o setor vai “vender próximo” do registrado em 2019, ano em que São Paulo bateu recordes com 55,5 mil unidades lançadas e 44,7 mil vendidas.
Quanto à forte queda de novos projetos, ele espera “maior concentração” de lançamentos até o final de 2020. Em 2019, construtoras e incorporadoras concentraram 42% dos lançamentos no último trimestre. Dezembro foi o mês com maior volume, quase 11 mil imóveis.
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O aumento das vendas em São Paulo, saindo de 1,9 mil unidades em abril para 2,4 mil em maio, chegando a 2,99 mil vendidas em junho, aponta uma tendência, segundo o Secovi.
As vendas de maio incluem 1.550 imóveis econômicos (64% do total). Na opinião do presidente do Secovi, o setor atende bem à demanda por habitações populares.
No entanto, ele considera que a Lei de Zoneamento prejudica a classe média, com restrições que impedem produção mais diversificada de imóveis. Propõe o adensamento nas regiões com maior infraestrutura. O objetivo, segundo ele, é garantir que as pessoas tenham ganhos de mobilidade e que a indústria imobiliária possa atender vários tipos de consumidores.
O tombo no volume de lançamentos é atribuído por Jafet ao impacto do fechamento dos estandes. “Para lançar, era só virtualmente”, afirma, apontando também demora no ritmo de liberação. “Em abril e maio, houve problemas de atraso dos órgãos envolvidos na aprovação dos projetos.”
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A partir de junho, com estandes reabertos, o setor refez o planejamento. Com cenário mais estável, a expectativa de Jafet é ter este segundo semestre parecido com o do ano passado. Jafet afirma que existe uma demanda represada por conta da crise que durou quatro anos. Também acredita que os juros baixos e a oferta de crédito imobiliário ajudam a impulsionar os negócios.
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