Curitiba é a cidade mais inteligente do Brasil, de acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2022 – mapeamento que analisa dados de todos os municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes para apontar os mais desenvolvidos e conectados do País. De 2021 para 2022, a capital do Paraná subiu da terceira para a primeira posição.
Publicado anualmente, o ranking é realizado a partir de 75 indicadores divididos em 11 eixos temáticos: mobilidade, meio ambiente, empreendedorismo, educação, energia, governança, urbanismo, tecnologia e inovação, saúde, segurança e economia. Em mobilidade, por exemplo, analisa-se a proporção de automóveis por habitantes, a idade média da frota de veículos, a quantidade de ciclovias e assim por diante.
“Acreditamos que uma cidade inteligente é aquela que provê uma boa qualidade de vida para seus habitantes, utilizando ou não tecnologia no processo”, afirma Willian Rigon, diretor comercial e de marketing na Urban Systems, empresa, que, em parceria com a Necta, está à frente do mapeamento. “Um problema de tráfego pode ser resolvido pela adoção de semáforos inteligentes ou repensando o planejamento urbano”, exemplifica.
Para ele, nenhuma cidade no mundo pode ser considerada, de fato, inteligente, ainda que algumas se destaquem em diversos fatores. Apesar disso, considera que a evolução de Curitiba é notável, principalmente em aspectos como empreendedorismo, tecnologia e inovação. “É um trabalho conjunto em que empresas, startups e cidadão estão conectados para criar uma cidade melhor”, defende.
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A boa posição de Curitiba no ranking não foi uma surpresa para os gestores da cidade. O município é pioneiro na adoção e desenvolvimento de projetos voltados à sustentabilidade, tecnologia e empreendedorismo. Destaca-se, por exemplo, que a cidade foi a primeira do mundo a testar uma luminária inteligente com antenas 5G integrada e as iniciativas para disseminação de energias renováveis.
No entanto, o maior símbolo de desenvolvimento é o Vale do Pinhão, um programa criado pela prefeitura de Curitiba, por meio da Agência Curitiba de Desenvolvimento S/A, que visa fortalecer o ambiente de inovação, empreendedorismo, economia criativa e tecnologia da cidade. Trata-se de um projeto voltado para universidades, centros de pesquisa, startups e outros atores sociais.
“Entendemos que ter um espaço físico, com hubs de inovação e conexão entre as instituições e cidadãos que participam da construção da cidade é importante”, afirma Cris Alessi, Presidente da Agência Curitiba. “No entanto, acreditamos que é necessário fazer mais do que isso. Foi de onde veio a ideia de criar estímulos para tornar o ecossistema mais frutífero”, acrescenta.
Atualmente, o programa Vale do Pinhão se divide em cinco pilares: urbanização e desenvolvimento, educação e empreendedorismo, integração e articulação, fomento fiscal e, por fim, tecnologia. “Dessa conjuntura surgiram iniciativas como a lei de inovação, a lei das antenas, a lei de liberdade econômica, o projeto faróis do saber e o conselho municipal de tecnologia e inovação”, enumera Alessi.
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Em sua perspectiva, porém, a maior lição de Curitiba é a união do setor público, universidades e governança para tomar as decisões que afetam a vida da população. “Desta forma, criamos arcabouços para que a cidade seja mais aberta e um setor de negócios mais potente.” Willian corrobora: “a visão de cidade inteligente precisa ser sistêmica e integrada, pois assim se torna mais sustentável e efetiva”.