A recente ascensão das mulheres como chefes de família no Brasil, representando agora 49% dos lares segundo o Censo de 2022, reflete uma transformação profunda nas dinâmicas econômicas e sociais do país.
Essa mudança está ligada ao crescimento da participação feminina no mercado de trabalho e à conquista de maior independência financeira, o que, por sua vez, têm impactos significativos no mercado imobiliário.
Neste setor, as mulheres já não são apenas influenciadoras nas decisões de compra de imóveis; elas se tornaram compradoras ativas e decisivas. Estima-se que atualmente 63% dos compradores de imóveis em algumas regiões do Brasil são mulheres, muitas das quais adquirem propriedades sozinhas.
No livro Proprietárias, destaco que “não dá mais para ignorar a mulher como influenciadora e agora como proprietária e investidora no mercado imobiliário”, ressaltando como as mulheres têm se posicionado como protagonistas no setor, ocupando espaços de maneira decisiva e assertiva.
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Além de liderar a demanda, elas também desempenham um papel central na composição de renda familiar para financiar imóveis, marcando uma mudança na dinâmica do setor. O público feminino passa de coadjuvante a protagonista econômico.
Essa tendência se destaca especialmente entre mulheres solteiras e divorciadas, que representam mais de 70% das novas compras de imóveis. Em muitos casos, a aprovação do financiamento depende tanto da renda feminina quanto da masculina, reforçando a posição das mulheres como pilares econômicos de suas famílias.
Estudos recentes também mostram que três em cada dez contratos fechados envolvem exclusivamente mulheres, evidenciando um protagonismo inédito.
A participação feminina não se limita à compra de imóveis. As mulheres também ocupam cargos de liderança dentro do setor imobiliário, como corretoras, gestoras e empreendedoras, transformando o mercado de dentro para fora.
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No entanto, como discuto no livro “Degrau Quebrado”, as barreiras estruturais ainda persistem, incluindo a sub-representação em cargos de liderança e a desigualdade salarial.
“Superar o degrau quebrado exige coragem e estratégias de liderança que enfrentem diretamente essas barreiras”, escrevo, reforçando a necessidade de políticas corporativas mais inclusivas e de ações afirmativas para promover a equidade de gênero.
Empresas com maior diversidade são mais inovadoras e lucrativas, indicando que a inclusão feminina não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia de crescimento econômico.
O fortalecimento da posição das mulheres no setor não apenas reconfigura o mercado imobiliário, como cria oportunidades para um crescimento mais sustentável e resiliente.
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Conforme o mercado se adapta a essas novas realidades, o futuro parece promissor. A crescente presença das mulheres, tanto como compradoras quanto como líderes no setor, é mais que uma tendência; é uma redefinição do próprio mercado imobiliário. Reconhecer e apoiar esse protagonismo é uma oportunidade estratégica para empresas que buscam inovação e relevância em um mundo em transformação.