Colorir o cinza de São Paulo com verde vem sendo uma aposta de incorporadoras. O uso de vegetação é aliado ao projeto arquitetônico dos lançamentos, não só na entrada dos condomínios, mas em toda a verticalidade, seja com jardins em paredes livres ou com sacadas verdes na borda dos apartamentos. Além da valorização do imóvel, a vegetação proporciona outros ganhos, como redução de ruídos, conforto térmico e melhora da paisagem.
“O verde traz sombra natural para o apartamento e é uma barreira de resfriamento”, elenca Ricardo Grimone, diretor da Gamaro. A incorporadora entregou em janeiro de 2019 seu primeiro empreendimento que traz vegetação nas sacadas. O Seed, na Vila Olímpia, rendeu à empresa inclusive o Prêmio Master Imobiliário em 2016, ano em que foi lançado, por solução arquitetônica do projeto.
Ricardo explica que o custo do paisagismo ao longo de 20 andares representou 3,5% do valor total do projeto. Desde o lançamento do empreendimento até a entrega, as unidades se valorizaram em torno de 30%, diz ele, impulsionado também pela vegetação. “Lógico que tem vários outros elementos (de valorização), mas as floreiras ganharam muita força no decorrer do projeto.”
O médico Otávio Fraige, de 66 anos, conta ter adquirido um apartamento no edifício por conta do conceito. “Acho que é inovador aqui no Brasil.” Desde outubro morando no empreendimento, Otávio percebe vantagens. “A gente consegue isolamento térmico, há uma redução de ruídos. Acho que a fachada também fica muito bonita, melhora a biodiversidade, atrai pássaros, borboletas.”
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Para o diretor de vendas da Lello Imóveis, Igor Freire, o verde em prédios é um item que pode ajudar na decisão de compra ou aluguel, mas não é visto de forma isolada navalorização do imóvel. “O fato de o prédio ter (paisagismo) acaba sendo uma ferramenta a mais da parte estética. Ele é um dos pontos de valorização, mas não é só isso.”
O diretor de incorporação da Tegra, João Mendes, avalia que as fachadas verdes já se tornaram uma tendência mundial, sobretudo pela carência de arborização das grandes cidades. A incorporadora possui dois lançamentos que utilizam floreiras nos terraços, o GIO, no Campo Belo, e o DSG, no Itaim Bibi.
“Essa verticalização é capaz de criar um ecossistema urbano para flora e fauna”, diz Mendes, que ainda elenca como benefícios, além da redução de ruídos e da melhora do conforto térmico, o aumento da umidade e uma barreira natural contra ventos.
A Idea!Zarvos é outro exemplo de incorporadora que aposta no uso de vegetação em seus projetos arquitetônicos. “O verde é uma coisa muito desejada por todo mundo, principalmente em São Paulo, que é uma cidade cinza”, diz o sócio-fundador Otavio Zarvos.
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Para a paisagista e bióloga Patrícia Alvarenga, professora do curso de extensão de Jardins Verticais da FAAP, esses projetos paisagísticos beneficiam não só os moradores de determinado condomínio, mas a cidade.
“A vegetação tem um poder calmante e de resgate da nossa natureza. Esses fatores contribuem para o bem estar das pessoas quando elas convivem em espaços que têm verde”, diz.
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