Arquitetura Sustentável

Como é morar em uma ecovila?

As ecovilas são consideradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) uma das 100 melhores práticas de vida sustentável/ Foto: Getty Images
Da Redação
18-08-2020 - Tempo de leitura: 3 minutos

Já ouviu falar ou conhece alguma ecovila? Pensou em morar em uma? O conceito tem chamado a atenção, principalmente daqueles que estão preocupados com a preservação do meio ambiente, já que o conceito desse modelo de assentamento humano busca integrar a atmosfera social com um estilo de vida de baixo impacto ecológico.

Em 1998, as ecovilas foram nomeadas oficialmente na lista da Organização das Nações Unidas (ONU) das 100 melhores práticas para o desenvolvimento orgânico, como modelos excelentes de vida sustentável. Para atingir este objetivo, as comunidades alternativas abrangem alguns costumes, tais como:

  • Produção local e orgânica de alimentos;
  • Utilização de sistemas de energias renováveis; Utilização de material de baixo impacto ambiental nas construções – bioconstrução;
  • Criação de esquemas de apoio social e familiar;
  • Diversidade cultural e espiritual;
  • Governança circular e empoderamento mútuo, incluindo experiência com novos processos de tomada de decisão e consenso;
  • Economia solidária, cooperativismo e rede de trocas;
  • Educação transdisciplinar e holística;
  • Sistema de Saúde integral e preventivo;
  • Preservação e manejo de ecossistemas locais;
  • Comunicação e ativismo global e local.

Processo

Agora que já entendeu as condutas, o próximo passo é compreender o procedimento. Para viver em uma ecovila você tem que comprar um título, que é parcelado e dá direito a uma casa padrão construída em mutirão. A Ecovila Dom José, por exemplo, localizada em Alpestre, no Rio Grande do Sul, tem algumas vagas para novos associados. O total do valor é baixo em comparação ao preço de uma casa convencional – não chega a R$ 50 mil.

Motivação

Segundo Gabriel ‘Dread’ Siqueira, administrador e facilitador de governança colaborativa, além de criador do projetoIrradiando Luz, as razões de conviver dessa forma estão da ausência de satisfação da vida que se leva atualmente nos grandes centros urbanos. “Eu vou falar por mim: sou de São Paulo, morei lá por 23 anos e, em algum momento, fiquei saturado da vida na cidade, da distância que eu sentia das pessoas que eu amava, de não conseguir conviver tanto quanto eu gostaria com as pessoas, pelo tempo que eu passava me deslocando, por quatro horas por dia no trânsito, de um canto a outro da cidade, pela péssima qualidade de vida. Vim em busca de mais contato com a natureza”, comenta Gabriel Dread.

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“Hoje, cerca de 13 anos depois, eu moro no sul da Bahia, próximo da praia, com muito mais contato com a natureza em uma comunidade cercada de pessoas que eu gosto, muito mais em sintonia com o que eu acredito e o que estava buscando. Então, o que me impeliu foi esse movimento”, explica o defensor do ecossocialismo.

Saiba por onde começar

Caso você esteja interessado em conhecer um pouco mais sobre essas comunidades alternativas, confira a lista de ecovilas espalhadas pelo Brasil que podem ser visitadas e ajudar a elucidar questionamentos sobre esse estilo de vida:

  • Em São Paulo, tem aClareando, na Serra da Mantiqueira, localizada entre os municípios de Piracaia e Joanópolis;
  • No Rio Grande do Sul, a indicada é aArca Verde, em São Francisco de Paula, uma sociedade focada na permacultura;
  • Na capital federal, Brasília conta com oCentro de Permacultura Asa Branca, uma referência neste segmento;
  • Em Santa Catarina, aAldeia Arawikay fica localizada nas colinas de Alto Rio Faria, no município de Antônio Carlos;
  • Na Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso, Goiás, aFlor de Ouro Vida Natural tem mais de três décadas de existência;
  • Na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro, aEl Nagual foi fundada por estrangeiros que se apaixonaram pela natureza carioca;
  • Já na Bahia, próximo ao arquipélago de Abrolhos, no município de Nova Viçosa, é possível encontrar aCaminho de Abrolhos.