Arquitetura Sustentável

Brasil tem 3,5 mil imóveis com ‘selo verde’; veja vantagens das construções sustentáveis

O foco maior são imóveis comerciais de alto padrão e, mais recentemente, também de residenciais/ Crédito: Getty Images
Cleide Silva, O Estado de S. Paulo
27-02-2023 - Tempo de leitura: 2 minutos

Na busca pela redução das emissões de carbono, edifícios e casas sustentáveis começam a atrair projetos de construtoras e incorporadoras brasileiras. O Brasil tem hoje pelo menos 3,5 mil construções certificadas ou em fase de certificação, que atendem vários critérios definidos por organismos nacionais e internacionais. Além de atestar o projeto como sustentável, o selo ajuda a atrair investimentos, valoriza o imóvel e seus requisitos reduzem custos para os moradores.

O número é pequeno diante do total de obras no País, mas vem crescendo anualmente desde que o ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) passou a ser vital para as empresas e requisito por parte de investidores. O foco maior são imóveis comerciais de alto padrão e, mais recentemente, também de residenciais. Na categoria popular, há pelo menos um conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida (MCMV) com o “selo verde”, no Paraná.

No segmento de médio/alto padrão, uma das referências é o Idea Bagé, em Porto Alegre (RS). Foi o primeiro edifício residencial no País a receber a certificação máxima nesse segmento, a GBC Condomínio Platina, do Green Building Council (GBC Brasil). A organização faz parte do World Green Building Council (WGBC), criada nos EUA e com representações em 70 países. No ano passado, a entidade emitiu 139 certificados, 41% a mais em relação a 2021. Os registros (quando o processo começa a ser analisado) subiram 38%, para 219.

Há várias empresas certificadoras e diferentes categorias de selos, mas a base de todas elas tem a ver com economia de água e energia, uso de materiais sustentáveis, conforto dos ocupantes, impactos na sociedade e eficiência. No caso do Idea Bagé, entre as soluções adotadas estão painéis fotovoltaicos, sistema de aquecimento de água por energia solar, coleta de água da chuva e da gerada pelos aparelhos de ar-condicionado e amplas janelas e portas de vidro que proporcionam claridade e com proteção solar.

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“O sistema produz três vezes mais energia do que o condomínio precisa, e o excedente é redistribuído para os apartamentos”, informa o engenheiro Mauro Touguinha, da incorporadora Capitânia. Só em condomínio há uma economia anual de R$ 10 mil. A fachada, feita com material autolimpante durante as chuvas, evita gastos de R$ 100 mil em lavagem.

Desde o lançamento do Idea Bagé, há um ano, 12 dos 14 apartamentos foram vendidos por, em média, R$ 1,4 milhão cada, preço próximo ao cobrado por outros convencionais da região. O custo do projeto, segundo Touguinha, foi 6% superior ao de um edifício convencional, mas o retorno do investimento ocorre em prazos similares.

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