O último mês do ano é bastante aguardado por proprietários que alugam imóveis para o período de festas e férias escolares. O avanço positivo da vacinação e a flexibilização já possibilita aos paulistanos reservar esses espaços para comemorar a virada, ainda que a nova variante do coronavírus e o recente surto de gripe mereçam atenção. Cientistas apontam o relaxamento no uso de máscaras e a versão do vírus da gripe ainda não coberta pela última vacina como motivos para o aumento de casos.
Dados do DataZAP+ mostram que a chegada da estação mais quente do ano acompanhada das confraternizações de dezembro ajudam no desempenho da modalidade short-stay – aluguel de curta temporada – nos municípios litorâneos paulistas e no interior. O levantamento levou em consideração a quantidade de noites reservadas até a última semana de novembro deste ano para estimar a taxa de crescimento entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022 para cada um dos municípios e a região como um todo.
Conforme os dados, as maiores taxas de crescimento de reservas ocorreram em Ubatuba, Cananéia e São Sebastião.
Quando olhamos para as praias isoladamente, o levantamento observa uma tendência de crescimento ainda mais otimista em praias como Ilhabela (28,5%,), Maresias (41,1%) e Paúba (18,1%), que apresentam taxas de crescimento positivas para o início de 2022, indicando resiliência do turismo mesmo no cenário pandêmico.
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No período de 2020/2021, cidades da Baixada Santista apresentaram, em média, queda na taxa de reservas, considerando as temporadas passadas. Em comparação às taxas de crescimento das praias do litoral norte, a Baixada Santista sofreu com decrescimento médio para a região de -24,7%.
Diferente do litoral, o interior de São Paulo é opção para quem busca mais tranquilidade e fuga das aglomerações. Dados mostram que, com exceção de Atibaia, algumas cidades mais visitadas do interior também apresentam taxas de crescimento positivas. Holambra, Botucatu, Brotas e Socorro indicam tendência de alta, com taxas de crescimento de 69,8%, 38,3%, 10,3% e 4,2%, respectivamente. Enquanto os meses de dezembro e janeiro são considerados de alta procura no litoral, principalmente no verão, para algumas cidades do interior esses são meses de baixa temporada.
Holambra costuma viver os meses da primavera com alta visitação devido ao cultivo das flores (seu principal atrativo) e Botucatu é mais visitado em julho, no inverno. Porém, a pandemia pode ter ajudado a atrair turistas para algumas dessas regiões que se posicionaram como alternativas ao litoral. Socorro e São Roque foram destaques, crescendo entre dezembro de 2019 e 2020, respectivamente 133% e 97,9%, mas todas as cidades listadas cresceram no mesmo período.
Estadias solicitadas a apenas seis dias da data prevista ou no mesmo dia para aluguel são mais voláteis, ainda um reflexo da instabilidade causada pela pandemia. Ubatuba, São Sebastião e Cananéia apresentam reservas de última hora em torno de 30%, muito próxima, como esperado, da região de Ilhabela, Maresias e Paúba, que têm menor volatilidade em relação à Baixada Santista: em média, apenas 27% das reservas como estas, nas praias do litoral norte, em contraposição a 43% da Baixada.
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No interior, Botucatu, possui, em média, 53% de reservas realizadas com menos de 7 dias da data para a locação. Holambra, Águas de Lindóia, São Roque, Brotas, Campos do Jordão possuem a média de 32% de reservas realizadas na última hora. E com 21% de reservas realizadas a poucos dias antes do check-in temos Soccorro, Atibaia e Itu.
Enquanto os meses de dezembro e janeiro são considerados alta temporada, principalmente pelo verão, para o litoral, para algumas cidades do interior esses são meses de baixa temporada, por exemplo Holambra, devido ao cultivo das flores seu principal atrativo, tem os meses da primavera (setembro) como alta temporada e Botucatu é Julho, no inverno. Porém, a pandemia pode ter ajudado a atrair turistas para algumas dessas regiões que se posicionaram como alternativas ao litoral (aglomerado). Socorro e São Roque foram destaques crescendo entre dezembro de 2019 e 2020, sucessivamente 133% e 97,9%, todas as cidades listadas cresceram no mesmo período.
Pedro Tenório, economista da DataZAP+. lembra sobre dezembro de 2019, quando ainda não era possível prever o avanço da pandemia e dependíamos de um posicionamento dos especialistas sobre questões sanitárias. Da mesma forma agora é difícil ter uma ideia do impacto da nova variante. “Imagino que com o agravamento da situação, teremos diminuição do turismo internacional, principalmente para cidadãos da África do Sul, com o surgimento da variante Ômicron. Por isso, é provável que o Carnaval como conhecemos, antes da pandemia, não seria viável em 2022, bem como toda a atração de renda que ele usualmente proporciona ao País”, afirma.
Do ponto de vista da economia, com a inflação em alta e o quadro fiscal bastante indefinido, a projeção é de baixa no setor. “A estagnação da atividade impede o impulso para geração de novos empregos e renda, configurando um obstáculo ao turismo no ano que vem. No entanto, fatores micro podem sobrepor os macro”, finaliza.
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Segundo o especialista, é possível que existam comemorações e festas paralelas, em menor número, gerando demanda para esses imóveis de temporada e aliviando o bolso desse tipo de investidor. “Isso pode movimentar as cidades e impulsionar o comércio local.” A forma como essas regiões têm se posicionado no período podem criar oportunidades e driblar o momento de escassez. “Brotas, que investiu e se posicionou como local alternativo e seguro durante a pandemia, apresentou crescimento e tem boas expectativas para esse final de ano e início do ano que vem”, explica.
Nota: Os dados se referem à locação de short-stay via AirBnB. Nos portais do ZAP+ existem anúncios de temporada, no entanto, não acompanhamos sistematicamente sua ocupação.