O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira (11), o aumento da taxa Selic de 11,25% para 12,25% ao ano.
A decisão, que representa a maior alta do governo Lula, acende um sinal de alerta para o mercado imobiliário. Com a perspectiva de novos aumentos no próximo ano, investidores e incorporadores já se preparam para um cenário turbulento.
“O modelo de negócios das incorporadoras é marcado por capital intensivo e ciclo longo, portanto uma alta na taxa básica de juros afeta diretamente a margem dos empreendimentos e a geração de caixa”, aponta Ebran Theilacker, CEO da Versi.
Ele explica que o ambiente de Selic alta também dificulta o acesso a crédito imobiliário. “A taxa básica de juros aumenta, aumenta a rentabilidade dos investimentos de menor risco (renda fixa) e os investimentos na economia real com maior risco se tornam menos atrativos”, lamenta Theilacker.
Na visão de Carlos Corsini, Head da WIT Real Estate, empresa especializada em gestão de patrimônio imobiliário, a alta de juros deve gerar um efeito cascata no setor.
“Os incorporadores dependem do financiamento imobiliário para realizar construções e os compradores para adquirirem um imóvel. Logo, ela afeta diretamente a demanda e o custo de incorporação”, entende Corsini.
Por outro lado, Matheus Kurtz, diretor de Vendas e Franquias da Auxiliadora Predial, defende que a Selic alta pode significar uma oportunidade.
“O momento atual pode ser propício para adquirir imóveis a preços mais acessíveis, apostando na futura queda de juros para renegociar as condições de financiamento”, observa Kurtz.
Quer saber como a Selic a 12,25% ao ano impacta o mercado imobiliário?