No rastro de um mercado imobiliário que movimenta trilhões de reais anualmente, o uso de imóveis como ferramenta para lavagem de dinheiro parece um vulto encoberto.
Em 2024, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) recebeu 1.083 notificações suspeitas envolvendo a compra e vendas de imóveis.
Da precificação irreal de imóveis à emissão de cheques suspeitos e pagamentos integrais com dinheiro vivo, a lavagem de dinheiro no mercado imobiliário chama atenção por envolver quantias relevantes e casos emblemáticos.
A lavagem de dinheiro é um processo para ocultar a origem ilícita de recursos financeiros fazendo parecer que tenham vindo de fontes legais.
É geralmente associada a atividades como tráficos de drogas e contrabando, mas a prática também pode ser utilizada pelo colarinho branco para camuflar crimes como ocultação de patrimônio, corrupção e sonegação de impostos.
Como diz o nome, o objetivo da prática é “limpar” o dinheiro sujo, para que ele possa ser utilizado no sistema financeiro tradicional sem levantar suspeitas.
Na venda superfaturada de um imóvel, por exemplo, um comprador declara ao cartório um valor muito menor do que o que realmente foi pago. Assim, o pagamento “extra” é realizado de maneira informal, muitas vezes com dinheiro em espécie.
Ao mesmo tempo que o ex-proprietário se exime de pagar impostos, o criminoso passa a ter um imóvel ‘limpo’ que pode ser vendido ou alugado e gerar uma renda sem suspeitas.
No superfaturamento, o vendedor registra um valor de transação muito maior do que o valor real do imóvel. Desta forma, ele consegue justificar a origem de um dinheiro ilícito como lucro da venda futura.
Entenda como funciona a lavagem de dinheiro na compra e venda de imóveis, além dos caminhos para evitá-la, aqui: